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Cuida da Transmissão da Tua BTT: 3 Dicas Essenciais para um Desempenho Top!

Queres que a transmissão da tua bicicleta de montanha (BTT) esteja sempre no ponto?

Para teres mudanças de velocidade suaves, precisas e prolongares a vida útil dos componentes, há três coisas chave que deves verificar e respeitar: a folga do desviador traseiro, a linha de corrente ideal com o prato certo e o desgaste da corrente. Vamos a isso!

1. Afina a Folga do Desviador Traseiro: A Tensão Perfeita para Mudanças Sem Falhas

A “folga” do desviador traseiro é aquela folguinha ou tensão que a corrente tem quando a suspensão traseira da tua bike está sob o teu peso (na posição de “sag”). Ajustar isto bem é super importante para que as mudanças de velocidade entrem direitinhas e para evitares chatices como a corrente a saltar ou a não engatar como deve ser.

Se a folga não estiver correta, podes ter:

  • Mudanças de velocidade imprecisas: Se a corrente estiver demasiado solta (pouca folga), o desviador pode não conseguir esticá-la o suficiente para as mudanças entrarem rápido e certas. Se estiver demasiado esticada (muita folga), pode ser mais difícil meter as velocidades mais leves e vais desgastar mais os componentes.
  • Ruídos e saltos na corrente: Uma corrente com a tensão errada tem mais hipóteses de vibrar, bater no quadro e até saltar das rodas dentadas quando o terreno é mais complicado.
  • Desgaste mais rápido: Uma tensão a mais pode meter pressão desnecessária nas roldanas do desviador, nos rolamentos e na própria corrente, e isso não é bom para a durabilidade.

Como é que verificas e ajustas a folga?

  • Sobe para a tua bike: Veste o teu equipamento normal de ciclismo e sobe para a bicicleta na posição em que pedalas. Se puderes, pede a alguém para te ajudar a manter o equilíbrio.
  • Olha para o desviador: Vais ver a gaiola do desviador traseiro. Deve haver alguma folga na corrente, o suficiente para a suspensão se mexer sem esticar demais a transmissão.
  • Consulta as especificações: O fabricante da tua bicicleta ou do desviador pode ter indicações específicas para a folga ideal. Geralmente, o que queremos é uma folga que deixe a suspensão trabalhar à vontade sem que a corrente fique demasiado solta ou tensa.
  • Ajusta a tensão: A maioria dos desviadores traseiros tem um parafuso para ajustar a tensão da corrente (normalmente marcado com um “B-screw”). Ao rodares este parafuso, mudas a posição do desviador em relação ao cassete, o que altera a tensão da corrente e, por consequência, a folga. Experimenta pequenos ajustes e vê como a corrente se comporta quando a suspensão se comprime.
  • Na SRAM, usa a peça fornecida: Se tens SRAM, usa aquela peça que veio com o desviador para verificares se a distância do desviador está como o fabricante recomenda. O ajuste faz-se com essa peça de plástico.

2. Respeita a Linha de Corrente: O Alinhamento Perfeito para Pedalar Melhor e Durar Mais

A linha de corrente é o alinhamento entre o(s) prato(s) da frente e as rodas dentadas do cassete de trás. Se a linha de corrente estiver otimizada, vais ter menos atrito, menos barulho e os componentes da transmissão vão durar mais, especialmente quando usas as velocidades mais extremas do cassete.

Se usares um prato com o offset errado, a linha de corrente pode ficar desalinhada e isso leva a:

  • Mudanças de velocidade ruidosas e lentas: Uma corrente desalinhada vai ter dificuldade em passar suavemente entre as rodas dentadas do cassete.
  • Desgaste mais rápido da corrente e das rodas dentadas: O desalinhamento faz com que a corrente roce mais nos lados das rodas dentadas e nos elos, e isso não é bom.
  • Mais hipóteses de a corrente saltar: Em terrenos acidentados ou quando mudas de velocidade com força nos pedais, uma linha de corrente má aumenta o risco de a corrente sair do prato ou do cassete.
  • Perda de força ao pedalar: O atrito extra de uma linha de corrente desalinhada significa que estás a gastar energia à toa.

Como é que garantes a linha de corrente correta?

  • Vê que sistema de transmissão tens: É de 1x (só um prato à frente) ou tens vários pratos?
  • Consulta as especificações do quadro e do pedaleiro: O fabricante do teu quadro e do pedaleiro vai dizer qual é o offset certo para o(s) prato(s) que deves usar. O offset é a distância entre o meio do prato e onde ele encaixa no braço do pedaleiro.
  • Usa o prato com o offset certo: Quando trocares o prato, certifica-te de que o novo tem o offset recomendado para o teu sistema. Se usares um offset errado, vais estragar a linha de corrente.
  • Pensa na linha de corrente ideal: Para sistemas de 1x, o ideal é que a corrente esteja o mais reta possível quando está nas rodas dentadas do meio do cassete. Se tens vários pratos, a linha de corrente ideal muda dependendo do prato que estás a usar. Evita usar as combinações mais extremas (prato pequeno com as rodas dentadas mais pequenas ou prato grande com as rodas dentadas maiores) durante muito tempo, porque são as que sofrem mais com o desalinhamento.

3. Verifica o Desgaste da Corrente: Mais Vale Prevenir para Não Gastar Mais Tarde

A corrente da tua BTT está sempre a levar pancada, apanha sujidade e tem atrito, e isso faz com que se gaste aos poucos. Uma corrente gasta já não encaixa tão bem nas rodas dentadas do cassete e do prato, o que causa problemas e acelera o desgaste de outros componentes que são mais caros.

Se não ligares ao desgaste da corrente, podes ter:

  • Desgaste mais rápido do cassete e do(s) prato(s): Uma corrente esticada “raspa” nas rodas dentadas, desgastando-as de forma irregular e diminuindo a sua vida útil. Trocar o cassete e um prato é bem mais caro do que trocar só a corrente.
  • Mudanças de velocidade imprecisas e saltos na corrente: Uma corrente gasta pode não engatar bem nas rodas dentadas, e isso leva a mudanças falhadas e à corrente a saltar, especialmente quando estás a fazer força nos pedais.
  • Mais risco de a corrente partir: Uma corrente muito gasta fica mais fraca e pode partir, principalmente quando estás a fazer um esforço maior.

Como é que verificas o desgaste da corrente?

  • Usa uma ferramenta de medição de corrente: Esta é a maneira mais certa de ver o desgaste. Há dois tipos principais: uma que te diz a percentagem de esticamento (geralmente 0.5% e 0.75%) e outra que só te diz se a corrente ainda está boa ou já passou do limite.
  • Segue as instruções da ferramenta: Coloca a ferramenta na corrente como o fabricante indica. Se a ferramenta mostrar que a corrente já atingiu ou passou o limite de desgaste recomendado (normalmente 0.75% para não estragar muito o cassete), tens de a trocar.
  • Verificação visual (menos certa): Se não tiveres a ferramenta, podes tentar ver se há muito espaço entre os elos da corrente ou se ela parece “esticada” quando comparada com uma corrente nova. Mas esta maneira não é tão precisa.

Faz manutenção preventiva:

  • Lubrifica a corrente sempre: Uma corrente bem lubrificada tem menos atrito e dura mais. Usa um lubrificante específico para bicicletas e mete-o nos elos de dentro da corrente, tirando o excesso.
  • Limpa a corrente sempre: A sujidade e os detritos fazem a corrente gastar-se mais depressa. Limpa a corrente com um pano ou uma ferramenta de limpeza antes de a lubrificar.
  • Troca a corrente na altura certa: Não esperes até que a corrente esteja mesmo no fim para a trocar. Trocar a corrente regularmente vai proteger os componentes mais caros da tua transmissão.

Se deres atenção a estas três coisas importantes – a folga do desviador, a linha de corrente correta e o desgaste da corrente – vais ter uma transmissão de BTT eficiente, suave e que dura mais tempo, e vais poder curtir ao máximo as tuas aventuras nos trilhos. Fazer uma manutenção regular e verificar estes pontos é um pequeno investimento que te pode poupar muita dor de cabeça e dinheiro no futuro.

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