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O shortrack nasceu como um espaço para as primeiras pedaladas de BTT dos mais novos, mas rapidamente se revelou um projeto de maior alcance. Ao longo de seis anos, amigos e alunos da academia ProjetoPEDAL dedicaram-se à construção e manutenção deste pequeno circuito, batizado em alusão à emergente disciplina de XCC (Short Track Cross-country) da UCI.
A disciplina de Shor-track, ou XCC, distingue-se do XCO (Cross-country Olímpico) pela sua menor extensão e duração (cerca de 20 minutos face aos 80-110 minutos do XCO, cujo circuito oficial varia entre 4 e 6km por volta), o shortrack evoluiu significativamente.
O nosso pequeno circuito, hoje atingindo os 2.300 metros na sua versão mais longa, incorpora diversos obstáculos, cuidadosamente desenhados e construídos para promover a formação e a progressão segura dos praticantes. A sua versatilidade reside nas várias opções de percurso, adaptáveis à capacidade técnica de cada um, permitindo evitar obstáculos e encurtar a pista conforme necessário.
Acreditamos que esta adaptabilidade transformou o shortrack numa atração, um verdadeiro “parque de diversões” para um leque diversificado de utilizadores. Em dias de maior movimento, é comum encontrar pais com crianças, famílias inteiras e grupos de amigos de todas as idades a desfrutar dos seus trilhos.
No momento em que escrevo, reconheço o futuro incerto deste projeto. Contudo, a constante observação do elevado número e diversidade de utilizadores traz uma profunda satisfação e a certeza de que este esforço não foi em vão, provando inequivocamente que um parque urbano dedicado à bicicleta é um sucesso.
Apesar dos esforços para garantir a sua permanência para a comunidade, o município nunca demonstrou interesse na preservação ou relocalização deste espaço de inegável interesse público. Situado numa área verde aprazível e segura, adjacente ao complexo desportivo de Leça do Balio e integrado no corredor verde do Leça, o shortrack oferece um ambiente agradável, tranquilo, seguro e de fácil acesso.
Atualmente o percurso ainda está sinalizado e vai sendo mantido com dificuldade.
Hoje, assisto a ecos nas redes sociais de um saudosismo que tantas vezes criticamos (“no meu tempo é que era”). Pelos vistos, e como testemunhei, ainda é. Recordo a frase: If You Build It, They Will Come – Field of Dreams (1989)
No nosso canal do Youtube poderá encontrar o crescimento do projeto, onde ao longo dos anos fomos documentando todo o processo, frustrações e muitas alegrias.
“Campo dos Sonhos” conta a história de Ray Kinsella, um agricultor de Iowa que, ao ouvir uma voz misteriosa no seu milharal a dizer “Se o construíres, ele virá”, interpreta isto como um sinal para construir um campo de baseball na sua propriedade.
Apesar do ceticismo da comunidade e das dificuldades financeiras, Ray constrói o campo. Para sua surpresa e da sua família, o campo começa a atrair os fantasmas de lendas do baseball, incluindo “Shoeless” Joe Jackson e os outros jogadores dos Chicago White Sox banidos após o escândalo da World Series de 1919.
À medida que mais figuras do passado do baseball aparecem, a voz continua a guiar Ray, levando-o numa jornada para encontrar o recluso escritor Terence Mann e o antigo jogador Archie “Moonlight” Graham. Ray acredita que eles fazem parte de um propósito maior ligado ao seu campo.
Eventualmente, Ray percebe que o campo não é apenas para os jogadores fantasmas, mas sim uma oportunidade para ele se reconciliar com o seu falecido pai, John Kinsella, um fã de baseball com quem teve uma relação tensa. No final, o campo torna-se um lugar mágico que conecta gerações, cura feridas do passado e celebra o amor pelo baseball e pelos laços familiares. As pessoas começam a chegar ao campo, atraídas pela sua magia, garantindo o seu futuro.
