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Tom Pidcock brilha e vence a Taça do Mundo de XCO em Andorra

Tom Pidcock brilha e vence a Taça do Mundo de XCO em Andorra

A mais recente etapa da Taça do Mundo de XCO decorreu na desafiante pista de Pal Arinsal, em Andorra, situada a 1900 metros de altitude — um fator que, como é habitual, desempenhou um papel importante no desempenho dos atletas. Esta prova era particularmente aguardada pelo regresso do ex-campeão mundial Tom Pidcock e pelas expectativas em torno do domínio da Specialized Factory Racing, com nomes como Chris Blevins, Martin Vidaurre e Victor Koretzky entre os favoritos.

Antes da prova, surgiam várias questões: continuaria a Specialized a sua supremacia? Iria algum dos muitos favoritos, como Fabio Puntener, Charlie Aldridge ou Mathis Azzaro, destacar-se? Ou veríamos Tom Pidcock dominar desde cedo?

A corrida começou com os principais atletas na frente — Simon Andreasen, Alan Hatherly, Carter Woods, Ondrej Cink, Filippo Colombo, Mathis Azzaro, Chris Blevins, Luca Martin e Nino Schurter. Do lado português, Roberto Ferreira alinhou na última linha, tal como o regressado Pidcock.

Desde a primeira volta, Victor Koretzky assumiu o controlo e impôs um ritmo forte, mas rapidamente a luta pela frente da corrida ficou centrada num grupo com Luca Martin, Mathis Azzaro, Schurter e Aldridge. Pidcock, vindo de trás, começou uma recuperação impressionante, ultrapassando sucessivos adversários.

Durante as primeiras voltas, Luca Martin foi o grande protagonista, liderando quase por completo a primeira volta e tentando isolar-se com Azzaro na segunda. Nessa altura, Pidcock já tentava fazer a ponte entre o segundo grupo e os líderes. O português Roberto Ferreira ocupava então a 59ª posição.

Na terceira volta, Pidcock já estava na frente com Luca Martin, com Azzaro e Aldridge logo atrás. A luta continuou intensa até à quarta volta, quando o britânico atacou com força e conseguiu isolar-se de vez. Na quinta volta, a diferença começou a aumentar, apesar do esforço de Luca Martin. No entanto, na sexta volta, um acontecimento marcante mudou o rumo da corrida: Luca Martin sofreu um furo na roda traseira, o que o atrasou consideravelmente — ainda assim, conseguiu manter-se competitivo, o que demonstra o excelente momento de forma do francês.

A partir daí, Tom Pidcock liderou com total autoridade. Na última volta, confirmou a vitória com margem confortável. Luca Martin, mesmo com o contratempo, assegurou o segundo lugar, e o britânico Charlie Aldridge conquistou o último lugar do pódio, após uma boa disputa com Mathis Azzaro.

Roberto Ferreira terminou a corrida na 56ª posição, melhorando ligeiramente a sua posição inicial.

 

Opinião: uma corrida marcada por talento, estratégia e azar

Na minha análise pessoal, destaco três atletas que marcaram esta prova:

Tom Pidcock — O grande vencedor, com uma corrida simplesmente brilhante. Partindo da última linha, fez uma recuperação notável e inteligente, sem precipitações. Na terceira volta já estava junto dos líderes e, a partir da quarta, assumiu o controlo total da corrida. Uma exibição digna de um campeão.

Luca Martin — Este jovem francês merece todos os elogios. Liderou praticamente metade da corrida e, mesmo depois de sofrer um furo, continuou a mostrar força e determinação, reduzindo a diferença para Pidcock sempre que possível. Sem o azar do furo, teria sido, provavelmente, um duelo ainda mais renhido pelo primeiro lugar — e quem sabe se não teria vencido.

Nino Schurter — O veterano suíço fez uma prova muito sólida. Sempre no top-10, geriu bem o esforço e terminou na 7ª posição, provando que continua a ser uma referência nesta modalidade.

Em relação à Specialized Factory Racing, ficou claro que nesta etapa o domínio da equipa não foi tão evidente. Apenas Martin Vidaurre terminou no top-10 (6ª posição), sendo o único atleta da equipa no top-20, o que quebra o ritmo dominante que vinham apresentando.

Por fim, merece destaque a luta pelo terceiro lugar entre Mathis Azzaro e Charlie Aldridge, com o britânico a levar a melhor numa batalha que animou a fase final da corrida.

Conclusão: A etapa de Andorra foi intensa, estratégica e cheia de reviravoltas. O regresso de Pidcock não podia ter sido mais impactante e, apesar de algum azar para alguns, a corrida mostrou o que de melhor o XCO tem para oferecer.

Créditos da imagem: Thomas Maheux, SWpix.com

Por: Joel Pereira

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