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Tour de France 2025: Favoritos, Montanhas e Emoção

A Grande Partida

Quando os primeiros ciclistas deixarem a linha de partida em Lille no dia 5 de julho, começará muito mais do que uma corrida. Começará uma jornada épica, repleta de suor, coragem e história.

O Tour de France 2025 — na sua 112ª edição — promete ser uma das mais emocionantes dos últimos tempos. Pela primeira vez em cinco anos, a Grand Boucle será inteiramente disputada em território francês. Uma ode ao ciclismo puro, ao desafio físico e à beleza ímpar da paisagem francesa.


Montanhas: o palco da verdade

Com seis chegadas em alto, um acumulado impressionante de 51.550 metros de altimetria, e passagens por colossos como o Mont Ventoux e o Col de la Loze, esta edição será, acima de tudo, um duelo nas montanhas. Um campo de batalha em altitude, onde cada respiração custa, cada segundo pesa e cada ataque pode ser decisivo.


Pogačar: o rei à conquista da eternidade

Os olhares recaem, inevitavelmente, sobre Tadej Pogačar. O esloveno chega em forma quase perfeita, depois de uma exibição devastadora no Critérium du Dauphiné.
Se repetir a consistência e o instinto matador que o tornaram temido, poderá conquistar o seu quarto Tour de France e escrever definitivamente o seu nome entre os imortais do ciclismo.

Pogačar é mais do que um favorito — é o homem a bater.


Vingegaard: o rival que já sabe vencer

Mas o Tour não se vence apenas com talento. É aqui que entra Jonas Vingegaard, o dinamarquês que já provou saber sofrer, calcular, resistir. Bicampeão em 2022 e 2023, é o único com um histórico que verdadeiramente assusta Pogačar.

A incógnita está no seu estado de forma: as dificuldades no início da temporada lançam dúvidas. Mas se estiver ao seu melhor nível, o duelo será titânico.


Evenepoel e Roglič: incógnitas perigosas

Na sombra desses dois gigantes, Remco Evenepoel aguarda a sua oportunidade. Rápido nos contrarrelógios, corajoso nas descidas, metódico nas etapas planas — o belga quer provar que também pode brilhar nas grandes montanhas.

Primož Roglič, o veterano incansável, surge como incógnita e ameaça. Mesmo sem o fulgor dos seus dias dourados, ninguém duvida da sua inteligência tática e capacidade de surpreender. Num Tour imprevisível, Roglič continua a ser uma carta valiosa no baralho.


João Almeida: o sonho português

E o que dizer de João Almeida? O português, leal escudeiro de Pogačar, mostrou em 2024 que sabe brilhar quando tem liberdade. O 4.º lugar do ano passado foi uma chamada de atenção ao mundo.

Em 2025, tudo dependerá do espaço que tiver na UAE Team Emirates. Mas se o destino sorrir e as circunstâncias conspirarem a seu favor, poderá escrever o capítulo mais bonito da história do ciclismo português.

Não estará sozinho. Nélson Oliveira, incansável trabalhador da Movistar Team, também representará Portugal com a dignidade e o profissionalismo de quem conhece como poucos os bastidores da prova mais exigente do mundo.


Os heróis improváveis

O Tour também vive de surpresas, de nomes que emergem do anonimato para conquistar vitórias improváveis. Olhemos para:

  • Ben Healy e Neilson Powless (EF Education-EasyPost)

  • Santiago Buitrago, Lenny Martinez, Matej Mohoric (Bahrain-Victorious)

  • Mathias Skjelmose (Lidl-Trek)

  • Guillaume Martin, Valentin Madouas (Groupama-FDJ)

  • Julian Alaphilippe (Tudor Pro Cycling Team)

  • Kevin Vauquelin (Arkea B&B Hotels)

Todos eles podem ser os heróis inesperados de uma fuga bem-sucedida ou de uma classificação geral surpreendente. O Tour, afinal, vive dessas histórias que aquecem o coração.


Mais do que uma corrida

À medida que o pelotão serpenteia pelas estradas da França profunda, passando por aldeias centenárias e subindo montanhas míticas, o Tour de France 2025 será mais do que uma competição.
Será um teste ao espírito humano. Um espetáculo onde se chora, se vibra, se acredita.


Paris espera por um rei

E quando Paris surgir no horizonte, a 27 de julho, apenas um vestirá a camisa amarela. Quem será?

Se a lógica imperar, se o corpo e a mente se mantiverem inabaláveis, Tadej Pogačar parece pronto para tocar o céu. Mas no Tour, como na vida, nada está garantido até à última linha branca.
E é isso que o torna tão mágico.

 

Por Joel Pereira
Créditos da imagem: AI

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